quinta-feira, junho 15, 2006

De uma tarde azul, uma madrugada produtiva

O Rio de Janeiro estava lindo hoje, como eu não via há tempos. Não via ou não notava, é possível. Estava muito azul, e o Pão de Açúcar brilhava dourado. Fiquei triste de não ter fotografado.
Eu não tinha hora, não tinha companhia, só a tarde azul e os fantásticos Yamandú Costa e Paaulo Moura no fone de ouvido. Passeei displicentemente pela Cinelândia. Fui até o cinema, mas não entrei.
Fui à biblioteca, Cucurucucu Paloma na clarineta, o céu muito azul e o bondinho deslizando preguiçoso na janela. Estudei, desenhei, me senti leve.
Depois, Libertango. um concerto maravilhoso no centro cultural da justiça federal, eu controlava meus pés para não sair dançando. Piazzola comove como poucos e é muito satisfatório vê-lo ser tão bem relido e interpretado.
Saí sem cumprimentar todos os músicos porque tinha hora. Peguei um ônibus que passou pela praia. A lua estava inacreditável. novamente, faltou fotografar. Era uma bola imensa, amarela, num céu muito preto.
Parecia que a qualquer momento a coisa mais fantástica da minha vida iria acontecer. Eu não me espantaria de tropeçar no homem da minha vida ou num bilhete premiado.
Nada de especial aconteceu. Vi um filme médio, jantei e vim para casa. Mas foi um dia fantástico, cinematográfico. Especial a ponto de me fazer ficar acordada até as seis e meia da manhã, depois sentar e criar um blog.
Não sei no que vai dar isso. Talvez eu só queira escrever em dias inspiradores como este que passou. Talvez eu me apegue a esse espaço e passe pra cá as prolixidades das minhas madrugadas. Não sei.
Enchi meus armários de pastas, de cadernos, textos e mais textos de quando o sono não quer se render à minha vontade de dormir. É possível que eu transfira para este blog alguns desses anseios noturnos.
Apaguei a luz porque amanheceu. Não fiz jus ao dia incrível que presenciei hoje. Mais do que presenciei, vivenciei, aproveitei, experimentei... agora chega. Sem fotografias, só minha memória incrédula. Me pergunto sobre as maravilhas que poderão vir nas próximas tardes.
Queria que fosse sempre junho.